Foi realizada no dia 9/08, na sede do Sindpd-RJ, a segunda mesa de negociação da Campanha Salarial 2018/2019 dos trabalhadores e trabalhadoras da Unisys Brasil. Na reunião a empresa seguiu a cartilha que a maioria dos patrões vem tentando implementar nas últimas campanhas salariais, apoiados na política neoliberal do governo federal. A empresa apresentou uma […]
Foi realizada no dia 9/08, na sede do Sindpd-RJ, a segunda mesa de negociação da Campanha Salarial 2018/2019 dos trabalhadores e trabalhadoras da Unisys Brasil.
Na reunião a empresa seguiu a cartilha que a maioria dos patrões vem tentando implementar nas últimas campanhas salariais, apoiados na política neoliberal do governo federal. A empresa apresentou uma contraproposta onde retira direitos, visando aumentar sua lucratividade, e apresentou uma proposta econômica abaixo da inflação do período, usando como argumento a crise no setor.
Ano após ano, na negociação da renovação do Acordo Coletivo de Trabalho, a Unisys apresenta os mesmos argumentos: crise econômica – quando sabemos que o setor de TI foi uns dos menos atingidos pela crise. Para comprovar nossa afirmação, vejamos a tendência para 2018 e o mercado nas projeções: “O mercado de TI no Brasil terá uma retomada já no primeiro semestre e avançará 5,8% em 2018, segundo o estudo anual IDC Predictions” e quando verificamos os balanços sempre nos deparamos com lucros significativos que vêm enchendo os bolsos dos acionistas. Por isso entendemos que devemos seguir o caminho de várias categorias e construir nossa mobilização para enfrentar a intransigência patronal e conquistar nossas reivindicações.
A empresa apresentou nessa segunda mesa as seguintes propostas:
Essa postura não pode ficar sem resposta. Nossa unidade é fundamental para construir a resistência e mostrar que não vamos aceitar passivos esses ataques!!!!
Reforma Trabalhista, uma vitória dos patrões
É importante nesse momento difícil que passamos entender um pouco da politica majoritária que vem sendo aplicada no Brasil. Ressuscitando a política Neoliberal derrotada na época do governo Collor, disfarçada com um discurso de estado mínimo e de liberdade da economia, na verdade, o objetivo é aumentar a lucratividade dos patrões, piorando as condições de trabalho e salariais, como já é feito em vários países do mundo. Essa política parte dos seguintes pressupostos: domínio do poder Governamental, destruição dos sindicatos e aumento da mais valia (o valor do trabalho e o salário pago ao trabalhador), para aumentar a taxa de lucro. Aqui no Brasil, a Reforma Trabalhista veio pra facilitar a aplicação desse projeto, flexibilizando a CLT e permitindo aos patrões a fazerem o que quiserem, diminuindo o poder da Justiça do Trabalho, restringindo ao máximo o acesso ao lado mais fraco, o dos trabalhadores, e, por fim, tentando destruir os sindicatos para facilitar a aplicação desse projeto. O debate que se coloca sobre o fim do imposto sindical é pura falácia, com um discurso demagogo de fim dos privilégios, que na verdade, só tem o objetivo de enfraquecer a luta dos trabalhadores. Muitas falácias são levantadas no debate do fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. Vamos pegar apenas dois exemplos para nortear nosso debate, como o fim dos sindicatos fantasmas e que no Brasil existem muitos sindicatos.
Pelo exposto acima, já entendemos que a proposta de fim do imposto sindical na verdade não tem a ver com ataque a privilégios, mas sim atender à necessidade dos patrões de enfraquecimento das entidades sindicais, para diminuir a resistência aos profundos ataques aos nossos direitos. O fim do imposto sindical obrigatório foi o pilar de toda a reforma trabalhista e um dos maiores ataques à organização dos trabalhadores, feito de forma abrupta e sem permitir que os sindicatos pudessem se organizar. Isso tudo sem debater com a sociedade de uma forma transparente.
O financiamento das estruturas sindicais é fundamental para manter as negociações coletivas em condições iguais entre patrões e trabalhadores. Se não vejamos: em todas as nossas campanhas salariais de 2013 a 2017, arrancamos aumento real e garantimos também durante esse período o pagamento de uma PLR, sempre entre os maiores índices da categoria. Isso só foi possível, pois mantemos uma comissão de negociação representativa, com um assessor de negociação e uma consultora jurídica, além de contar com a participação efetiva dos sindicatos estaduais nas mesas de negociação. Tudo isso tem um custo: viagens, alimentação e honorários, sem contar as despesas com materiais de campanha, panfletos nacionais, adesivos, faixas etc…
A diminuição do poder de fogo dos sindicatos é que permite que a Unisys tente, nesse momento, desferir um grande ataque aos nossos direitos conquistados, na tentativa de nos transformar em escravos do trabalho.
Mobilização e fortalecimento dos sindicatos é a única forma de combater esses ataques
Em primeiro lugar devemos, desde já, entender que construir a defesa dos nossos sindicatos, significa viabilizar a sustentação financeira de nosso principal instrumento de luta. Para tanto é fundamental:
Não podemos deixar essa provocação da empresa sem resposta. Por isso estamos propondo, já na nossa próxima mesa, construirmos uma mobilização. Estaremos fazendo uma atividade nacional: O dia do Vermelho de Raiva e responder à altura a empresa.
DIA 21 DE AGOSTO, DIA DO VERMELHO DE RAIVA
A participação de todos é fundamental. A próxima rodada de negociações está agendada para o dia 21/08/2018 às 10 horas, em São Paulo, e nossa proposta é que todos os trabalhadores e trabalhadoras usem, nesse dia, alguma vestimenta na cor vermelha, para demonstrar nossa indignação com a postura da empresa. Vamos garantir nossa reposição salarial, manutenção e ampliação dos nossos direitos.